Com DILMA ,

Por meio da garantia dos direitos sociais, “educação,
saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência
social, proteção à maternidade e à infância, assistência
aos desamparados”, busca-se construir uma sociedade
livre, justa e solidária; erradicar a pobreza e a
marginalização; reduzir as desigualdades sociais e
regionais; e promover o bem de todos, sem preconceitos
ou quaisquer formas de discriminação.
(Cfr. Constituição da República Federativa do Brasil, art. 6º e 3º)

23/01/2010

Canoas começa a atrair milhares para maior evento social mundial





                                                                                      
  
A 10.ª edição do Forum Social Mundial, que tem como princípio debater e apontar rumos para um modelo de desenvolvimento social mais justo e solidário, tem sua abertura a partir desta segunda-feira, 25 de janeiro de 2010.


Esse evento vai trazer a Canoas e mais quatro cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, grandes intelectuais, além de atrações artísticas de expressão nacional.


O FSM é um espaço de debate democrático de idéias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo.


Mais do que possibilitar a avaliação histórica sobre as origens e avanços desse evento, o retorno do FSM ao RS, em uma dinâmica de organização policêntrica, vai permitir inserir demandas das cidades desse eixo nas temáticas do Fórum.

Ronaldo M. Botelho
Fonte: site da Prefeitura de Canoas

19/01/2010

Educação para Jovens e Adultos

Eja e Educação Profissional e a leitura do mundo
Por Vanessa dos Reis Domingues*

A Eja assim como as demais políticas compensatórias na área da educação, demonstram a dívida social histórica com as classes menos favorecidas. Não esqueçamos que a instituição "escola" foi imposta pelos "colonizadores" aos "colonizados" pela Companhia de Jesus. Uma escola feita pelo poder da Igreja com acesso somente pelas famílias de "cabedal" (de posses). Ao verdadeiro povo brasile
iro, os indios, restou a catequização... 

"Que podem um trabalhador camponês ou um trabalhador urbano retirar de positivo pTrabalhador da construção civil sendo alfabetizado...ara seu quefazer no mundo, para compreender, criticamente, a situação concreta de opressão em que se acham, através de um trabalho de alfabetização em que se lhes diz, adocicadamente, que a "asa é da ave" ou que "Eva viu a Uva"?
Reforçando o silêncio, em que seacham as massas populares dominadas pela prescrição de uma palavra veiculadora de uma ideologia da acomodação, não pode jamais um tal trabalho constituir-se como um instrumento auxiliar de transformação da realidade" (Freire)

Portanto educação de jovens e adultos assim como educação profissional, nas modalidades de Eja, Proeja, Projovem, na verdade são programas que buscam incluir parcela considerável da população que não foi atendida de forma satisfatória pela escola formal e também não foi qualificada para o mundo do trabalho pelas escolas técnicas públicas e Universidades, em sua grande maioria elitizadas. Por isto a proposta metodológica e curricular não pode ser aquela que já excluiu anteriormente... e exclui como um projeto de sociedade onde o status quo nunca seria questionado, onde o povo jamais se organizaria para transformar a sociedade...
Este é o desafio, educação de qualidade que vá além das competências para a leitura efetiva do mundo pelos educandos, oportunizando assim a transformação social.

*Professora de História e Sociologia, 
Gestora da Unidade de Educação Profissional- SME de Canoas

Vale a Pena Ler...


A bêbada, o terrorista e o cafajeste

Mauro Carrara

O brasileiro incauto liga o rádio em mais uma estação de golpistas comediantes. Aí, o vetusto locutor de voz grave convoca a infanta do Jô para, mais uma vez, malhar o Presidente da República.

E a referida dispara:

Olha, lolito (?), eu eu, particularmente acho
uma coisa muito complicada.

Acho que o presidente cometeu um erro... pulítico,
no sentido de cor... de cometer monte di di
di di erros di di di

De criar um monte de empresas (?)
um monte de brigas...
nesse programa
agora, eu acho o seguinte...

Ah desse ponto de vista ixclusivo
das das ah ah ele num
das das dos Direitos Humanos
do ponto de vista dos Direitos Humanos

Eu vou dizer uma coisa a você...

O locutor tenta desesperadamente calar a ninfeta do Gordo. Diz que vai refazer o contato. E ela inventa a razão do nonsense discursivo:

É esse a... o telefone tá tá tá piscando, tá cortando a linha...

Motivo? Mais nobre seria o consumo exagerado da “mardita”. Parece mais, no entanto, um curto-circuito neuroemocional, coisa de quem já não sabe como justificar o dinheirinho ganho para, diariamente, distorcer a verdade.

Vale lembrar que a sujeita se diz “cientista política”, mas desconhece o basicão da teoria marxista, ignora a natureza dos escritos de Adam Smith e pronuncia barbaridades, por exemplo, ao discorrer sobre o getulismo.

Certa vez, no programa de seu protetor, admitiu em tom jactante que obtivera seu diploma em Comunicação de forma pouco convencional. Ou seja, não estudou de verdade. Deu seu jeitinho gersônico para descolar a titulação.

De olhos bem abertos
Os profetas previram bombásticas revelações nos anos que antecederiam a catástrofe de 21 de Dezembro de 2012. Considerada a análise científica, o mundo provavelmente não vai acabar nesta data.

Muitas máscaras, porém, estão caindo. E almas sinistras, antes ocultas, vão sendo exibidas ao público.

Pois o ano virou sob o impacto das declarações do terrorista do CCC que se fingia de paladino da moral e dos bons costumes.

Flagrou-o um microfone do bem, subversivo, disposto a mostrar o lado sombrio do valentão-covarde que – revólver na cinta - passou boa parte da juventude perseguindo atores, agredindo estudantes e entregando nomes aos t-rex que torturavam e assassinavam os amantes da liberdade.

O ex-garotão alegrinho de Médici apresentou ao Brasil sua sincera opinião sobre dois humildes trabalhadores do setor de limpeza pública. Expôs ali, ironicamente, o odor repugnante do preconceito e da arrogância.
O homem melancia
Mas não para por aí... No Estadão oitentista, as moças jornalistas reclamavam do assédio descarado de um editor que dispensava desodorante. O “cara de melancia” usava de chantagem para conseguir alguns sorrisos e afagos das subordinadas.

Não lhe faltava coerência. Era esse tipo de troca ilícita que lhe garantia mimos da milicada e da parcela mafiosa do empresariado paulista.

Então, no 2010 ainda menino, reaparece o carudo para revelar seu desconhecimento acerca do Programa Nacional de Direitos Humanos e sugerir uma quartelada bananeira para derrubar o governo do metalúrgico. Parece que não vai dar certo. E, desta vez, não vai cair nenhum avião.

Pronto! Mais um cafajeste exposto e (des) classificado.

O horror bandeirante
Vivemos, pois, um tempo de signos expostos. As elites mesquinhas e estúpidas, por exemplo, manifestam-se diariamente em episódios de inveja, ressentimento, ignorância, hipocrisia e incompetência. E, curiosamente, um símbolo as aglutina.

No Palácio dos Bandeirantes, reside um dublê de gestor que prima pela preguiça dorminhoca e a incompetência caduca. Foi diante deste prédio, aliás, que policiais guerrearam contra policiais, num exemplo assustador da periculosidade do desgoverno paulista.

Na Universidade Bandeirante, assistimos a uma tentativa de linchamento ao estilo medieval. Em seguida, vimos a condenação pública da vítima e a apologia do crime. Os bárbaros foram convertidos em defensores da moral e dos bons costumes.

Não fosse o alarme do marketing, a loura jamais receberia o “perdão” do reitor, antigo Sancho Pança de Paulo Maluf.

E, note-se, qual emissora de TV acolheu o terrorista do Mackenzie? Qual cerra fileiras, obsessivamente, em defesa dos coronéis ruralistas? Qual se estende em editoriais barrocos de golpismo explícito? Qual? A Bandeirantes!

Ora, essa gente esfolava, matava e escravizava índios. Essa gente mercenária foi contratada para destruir o sonho de justiça do Quilombo dos Palmares. Essa gente...

As cartas estão na mesa. Abertas. Só não vê quem não quer.

18/01/2010

Filósofo analisa caso Boris

      Copiado do site  Paulo Ghiraldelli Jr.


Boris Casoy, o filho do Brasil

Friday, January 1, 2010
By Paulo Ghiraldelli
Uma parte da nossa esquerda política imagina que os ricos não são brasileiros. Pensam que eles ainda são os filhos de uma elite que estudou na Europa e que, se o Brasil for mal, irá embora daqui. Imagina que são pessoas completamente por fora da vida cotidiana do Brasil. Essa visão da esquerda pouco ajuda. Enquanto não entendermos que um homem de direita como Boris Casoy é tão “filho do Brasil” quanto Lula, não vamos descrever o Brasil de um modo útil para os nossos propósitos de melhorá-lo.
Creio que o vídeo (aqui) que mostra Boris ridicularizando de maneira odiosa os garis, com o qual iniciamos o ano, deveria valer de uma vez por todas para compreendermos algo que, não raro, há vozes que querem negar: “o ódio de classe” permanece entre nós – sim, nós os brasileiros. Deveríamos levar em conta isso, sem medo, ao descrever o Brasil.
Quando Ciro Gomes, ao comentar algumas reações às políticas sociais, então vindas de determinados grupos da imprensa, disse que tal coisa era obra “da elite branca”, a reação da direita foi imediata. Um dos elementos mais à direita que temos na imprensa brasileira, Reinaldo de Azevedo, saiu rasgando o verbo. Primeiro, elogiou Patrícia Pillar, atriz mulher de Ciro, para não criar desafetos, e em seguida tratou o político como um bobalhão que teria falado de algo que não existe no Brasil. Ciro teria bebido demais em algum rortianismo, lá nos Estados Unidos, quando então fez curso arrumado por Mangabeira Unger. Voltando de lá mais à esquerda do que foi, estaria inventando divisões que aqui não existiriam. Reinaldo não é um jornalista sofisticado para escrever isso, mas o que disse, no meio de sua pouca cultura, queria transmitir essa idéia.
Mas quando ouvimos o que um Boris Casoy diz por detrás das câmeras, não temos como não admitir que Ciro está certo: existe uma “elite branca” no Brasil que sente profundo desprezo para com tudo que é do âmbito popular. Pode ser que vários membros dessa “elite branca” não sejam tão cruéis quanto Casoy. Pode ser, mesmo, que vários dos ricos que estão nessa “elite branca” se sintam desconfortáveis, perante os preceitos cristãos de humildade que dizem adotar, quando escutam isso que ouvimos de Boris Casoy. Todavia, o que Casoy falou  é o que se pode ouvir, entre um uísque e outro, nas festas antes organizadas pelo empresariado que amava da Ditadura Militar, e que hoje é feita para angariar fundos para o  PSDB, o partido que havia nascido com o propósito de não ser a direita política, mas que, agora, assume esse papel.
Não quero de modo algum, com esse artigo, provocar aqueles que, sempre pensando só de modo dual, logo dirão: “ah, mas a esquerda é blá, blá, blá”. Sou um homem de esquerda. Minha condição de filósofo me dá alguns instrumentos para analisar de onde venho. Podem ficar tranqüilos. Aliás, sou uma pessoa que adora a frase de Fernando Henrique Cardoso, quando ele disse, se referindo a ele mesmo por conta de acreditar que sua política econômica, ela própria, já era política social: “não é necessário ser burro para ser de esquerda”. Mas aqui, não quero falar da esquerda. Quero mostrar que gente como Boris Casoy não caiu no Brasil vindo de Plutão. Muito menos estudou na Europa. Gente como Boris Casoy estava no Mackenzie, fazendo curso superior, mais ou menos no tempo em que Lula deveria estar vendendo limão na rua. Isso não transforma o Lula em um bom homem e o Boris em um perverso. Mas isso dá, claramente, razão a Ciro Gomes: há sim uma “elite branca” que não respeita garis, que não os acham gente, e que transferem esse ódio ao Lula, principalmente quando olham para ele e o vêem sendo abraçado por um Sarkozi, na capa do Le Monde.
Sarkozi é o presidente da França. E não é de esquerda. Eis então que toda a direita no Brasil comemorou sua eleição. Todavia, Sarkozi aparece abraçado com Lula, sem o preconceito de classe que vários dos próprios brasileiros ainda possuem contra Lula, então, esse fato Lula-Sarkozi, deixa essa “elite branca” despeitada. Ela se pergunta, raivosa: “por que não FHC ou Serra?” Por que aquele “analfabeto”, por que ele, aquele … “gari”? Sim, a fala de Boris é o equivalente dessas frases que eram, até pouco tempo, restritas aos círculos da Ana Maria Braga, Regina Duarte, José Neumanne Pinto e Danusa Leão. Foram esses círculos que fingiram se espantar com o relato de César Benjamim, sobre Lula na prisão. (a história de que Lula teria tentado comer um garoto lá). Fingiram, sim, pois já haviam escutado isso em festinhas e riam disso, tratavam de fazer correr a fofoca, sendo ela verdadeira ou não.
Caso queiramos melhorar o Brasil, vamos ter de ver que os brasileiros – muitos – pensam como Boris Casoy. E atenção nisso: não vamos culpá-lo pelos seus cabelos brancos não! Mainardi, na Globo, ainda não tem cabelos brancos e pensa a mesma coisa. Na Band, vocês já viram o tipo de preconceito de classe contra pobres que aparece no CQC? Já viram o menino Danilo Gentili insultando os pobres, jogando comida para eles? Não? Pois saibam que isso ocorreu sim! Esse tipo de humor é necessário?
Estamos há duas décadas da “piada” de Chico Anísio contra Lula, dizendo que se Marisa fosse a primeira dama e fosse morar no Planalto, ficaria esgotada ao ver quantas janelas de vidro teria de limpar. Naquela época, a Globo fez Chico Anísio pedir desculpas em artigo na imprensa. E ele pediu! De lá para cá, o que mudou na TV brasileira? Ora, o vídeo de Boris Casoy nos diz que pouca coisa mudou. Que ainda precisamos de muito para evoluirmos. Temos uma longa caminhada pela frente no sentido de educar  aquele brasileiro que não consegue entender que o dia que um lixeiro parar, ele, o rico, vai ver todas as moscas botarem ovos no seu ânus, e quando ele acordar, ele terá sido devorado em vida pelos vermes. Estamos ainda precisando de uma forte pedagogia que entre nas escolas de modo a evitar que os brasileiros do futuro sejam os Casoys da vida.
As pessoas podem ser de direita, isso não deveria implicar em perder a capacidade de ver na condição social de concidadãos algo que não os desmerece (o bom exemplo não é, enfim, o próprio Sarkozi?). No Brasil, no entanto, a direita política não consegue apresentar um comportamento de brasileiros que gostaríamos que todos nós fôssemos, ou seja, pessoas capazes de ver em cada outro que lhe presta um serviço um homem digno.
Paulo Ghiraldelli Jr, filósofo.
Espero você no Hora da Coruja, toda terça feira na D+TVhttp://demaistv.com.br , 19 horas!

Uma Aula de História sobre o Haiti

  

A Maldição Branca

Autor: Eduardo Galeano (1)
Tradução: Matheus Tonello (2)
No primeiro dia de seu ano, a liberdade no mundo completou 200 anos. Mas sem nenhuma notoriedade ou quase nenhuma. Uns poucos dias atrás, o país onde este nascimento ocorreu, Haiti, surgiu nos holofotes da mídia, não pelo aniversário da liberdade universal, mas pela espoliação do presidente Aristide.
O Haiti foi o primeiro país a abolir a escravidão. Entretanto, as enciclopédias de maior renome e quase todos os livros didáticos atribuem esta honorável façanha à Inglaterra. É verdade que um belo dia o império que tinha sido o campeão no comércio de escravos mudou de ideia quanto a isso, mas a abolição na Grã-Bretanha ocorreu em 1807, três anos depois da revolução haitiana, e foi tão pouco convincente que em 1832 a Grã-Bretanha teve que banir a escravidão novamente.

Não é nada novo este menosprezo pelo Haiti. Por dois séculos eles sofreram desprezo e punição. Thomas Jefferson, um dono de escravos e ao mesmo tempo campeão de libertações, advertiu que o Haiti tinha criado um mau exemplo e argumentou que era necessário “confinar a praga na ilha”. Foi sessenta anos antes dos Estados Unidos concederem o reconhecimento diplomático a esta nação livre. Ao mesmo tempo, no Brasil, desordens e violência foram chamadas de “haitianismo”. Donos de escravos haviam se livrado desta fúria até 1888 quando o Brasil aboliu a escravidão – o último país no mundo a fazer isto.

“Então reinstale”
E o Haiti voltou a ser uma nação invisível até o próximo banho de sangue. Durante este breve período na tela da TV e nas principais páginas de jornais nesse ano, a mídia mostrou confusão e violência e confirmou que os haitianos nasceram para fazer bem o mal e fazer mal o bem. Desde sua revolução, o Haiti foi capaz somente de suportar tragédias. Uma vez uma feliz e próspera colônia, é agora a mais pobre nação do hemisfério ocidental.
As revoluções, para muitos especialistas, levaram direto ao abismo; outros sugeriram, se não declararam diretamente, que a tendência haitiana ao fratricídio deriva-se da selvagem hereditariedade africana. O estatuto dos antepassados. A maldição preta que engendra crimes e caos.
Da maldição branca, nada foi dito.
A revolução francesa aboliu a escravidão, mas Napoleão reviveu-a.
“Qual regime foi mais próspero para as colônias?”
“O primeiro.”
“Então reinstale.”

“A França fez o Haiti pagar um preço elevado pela humilhação infringida a Napoleão”
Para reinstalar a escravidão no Haiti, a França enviou mais de 50 navios lotados de soldados. Os negros do país ergueram-se e derrotaram a França e conquistaram a independência nacional e a liberdade dos escravos. Em 1804, eles herdaram uma terra que tinha sido arrasada para o cultivo da cana-de-açúcar e uma terra consumida pela conflagração de uma feroz guerra civil. E herdaram “a dívida francesa”. A França fez o Haiti pagar um preço elevado pela humilhação infringida a Napoleão Bonaparte. A nação recém nascida tinha se comprometido a pagar uma gigantesca indenização pelos danos causados na conquista da liberdade. Esta penitência do pecado da liberdade custaria ao Haiti 150 milhões de Gold Francs.
O novo país nasceu com a corda no pescoço: o equivalente a 21.7 bilhões de dólares atuais, ou quarenta e quatro vezes a receita anual do Haiti.
Em troca por esta fortuna, a França reconheceu oficialmente a nova nação. Nenhum outro país fez isso. O Haiti nasceu condenado a solidão.
Nem mesmo Simon Bolívar reconheceu o Haiti, mesmo ele devendo-lhes tudo. Em 1816, foi o Haiti que equipou Bolívar com barcos, armas e soldados quando ele apareceu na ilha derrotado e clamando por ajuda e abrigo.

“Em 1915, os Fuzileiros Navais aportaram no Haiti”
O Haiti deu a ele tudo com somente uma condição: que ele libertasse os escravos – uma ideia que não tinha ocorrido a ele até então. O grande homem triunfou em sua guerra de independência e mostrou sua gratidão enviando uma força militar como presente a Porto Príncipe. Ele não fez menção de reconhecimento.
Em 1915, os Fuzileiros Navais aportaram no Haiti. Eles ficaram dezenove anos. A primeira coisa que eles fizeram foi ocupar a alfândega e obter facilidade nas cobranças de taxas. A ocupação armada suspendeu o salário do presidente haitiano até ele concordar em assinar a liquidação do Banco Nacional, que tornou-se um braço do City Bank de Nova Yorque. O presidente e outros negros foram barrados de entrar em hotéis privados, restaurantes e clubes dos estrangeiros que ocuparam o poder. Os ocupantes não tiveram a ousadia de restabelecer a escravidão, mas eles impuseram trabalhos forçados para construção de projetos públicos. E eles mataram muitas pessoas. Não foi fácil subjugar o fogo da resistência.
O chefe da guerrilha, Charlemagne Peralte, foi exibido em praça pública, crucificado numa porta para ensinar ao povo uma lição.
Esta missão de civilização terminou em 1934. Os ocupantes retiraram-se, deixando uma Guarda Nacional, que eles criaram no seu lugar, para exterminar qualquer possível traço de democracia. Eles fizeram o mesmo na República Dominicana e Nicarágua. Pouco tempo depois, Duvalier tornou-se o haitiano equivalente a Trujillo e Somoza.

“Muitos terminaram no fundo do Mar do Caribe …
E então, de ditador a ditador, de promessas a traições, um infortúnio seguido de outro.
Aristide, o sacerdote rebelde, tornou-se presidente em 1991. Ele comandou por poucos meses, até o governo estadunidense ajudar a derrubá-lo, trouxe-o para os Estados Unidos, sujeitando-o ao tratamento de Washington, e então enviou-o de volta poucos meses depois, com apoio dos Fuzileiros Navais, para reassumir seu posto. Então novamente, em 2004, os Estados Unidos ajudaram a destituí-lo do poder, e ainda novamente lá matava. E novamente os Fuzileiros Navais voltaram, como eles sempre parecem, como a gripe.
Mas os experts internacionais são mais destrutivos à distância do que tropas invadindo. Colocado de acordo com ordens estritas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, o Haiti obedeceu todas as instruções, sem trapacear. O governo pagou o que era dito até mesmo se isso significasse nenhum pão ou sal. Os créditos foram congelados a despeito do fato de que os estados haviam sido desmantelados e os subsídios e tarifas que protegiam a produção nacional foram eliminados. Fazendeiros de arroz, certa vez maioria, logo tornaram-se mendigos ou refugiados. Muitos terminaram no fundo do Mar do Caribe, e muitos estão seguindo esse caminho, somente estas vítimas de naufrágio não são cubanos, portanto sua condição nunca faz os papéis.

“O Haiti é um país que tem sido descartado”
Hoje o Haiti importa seu arroz dos Estados Unidos, onde experts internacionais, que são pessoas distraídas, esqueceram de proibir tarifas e subsídios para proteger a produção nacional. Na fronteira entre o Haiti e a República Dominicana, há um grande placa onde se lê: Estrada para a Ruína.
Abaixo nessa estrada, todo mundo é um escultor. Haitianos tem o hábito de colecionar latas e sucatas, que eles cortam e talham e martelam com ampla maestria, criando maravilhas que são vendidas nos feiras de rua.
O Haiti é um país que tem sido descartado, como uma eterna punição pela sua dignidade. Lá está ele, como sucata. Está à espera das mãos do seu povo.

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(1) Eduardo Galeano is  a Uruguayan journalist, is the author of “The Open Veins of Latin America,” “Memory of Fire,” and “Soccer in Sun and Shadow. ” This article is published with permission of IPS Columnist Service.

17/01/2010

QUERO DILMA

13/01/2010

Sobre os crimes da ditadura-por Hildegard Angel


Quem tem medo da verdade?

Por Hildegard Angel - Jornal do Brasil (08/01/2010)
CHEGA UMA hora em que não aguento, tenho que falar. Já que quem deveria falar não fala, ou porque se cansou do combate ou porque acomodou-se em seus novos empregos… POIS BEM: é impressionante o tiroteio de emails de gente da direita truculenta, aqueles que se pensava haviam arquivado os coturnos, que despertam como se fossem zumbis ressuscitados e vêm assombrar nosso cotidiano com elogios à ação sanguinária dos ditadores, os quais torturaram e mataram nos mais sórdidos porões deste país, com instrumentos de tortura terríveis, barbaridades medievais, e trucidaram nossos jovens idealistas, na grande maioria universitários da classe média, que se viram impedidos, pelos algozes, de prosseguir seus estudos nas escolas, onde a liberdade de pensamento não era permitida, que dirá a de expressão!… E AGORA, com o fato distante, essas múmias do passado tentam distorcer os cenários e os personagens daquela época, repetindo a mesma ladainha de demonização dos jovens de esquerda, classificando-os de “terroristas”, quando na verdade eram eles que aterrorizavam, torturavam, detinham o canhão, o poder, e podiam nos calar, proibir, censurar, matar, esquartejar e jogar nossos corpos, de nossos filhos, pais, irmãos, no mar… E MENTIAM, mentiam, mentiam, não revelando às mães sofredoras o paradeiro de seus filhos ou ao menos de seus corpos.
Que história triste! Eles podiam tudo, e quem quisesse reclamar que fosse se queixar ao bispo… ELES TINHAM para eles as melhores diretorias, nas empresas públicas e privadas, eram praticamente uma imposição ao empresariado — coitado de quem não contratasse um apadrinhado — e data daquela época esse comportamento distorcido e desonesto, de desvios e privilégios, que levou nosso país ao grau de corrupção que, só agora, com liberdade da imprensa, para denunciar, da Polícia Federal, para apurar, do MP, para agir, nos é revelado…
DE MODO cínico, querem comparar a luta democrática com a repressão, em que liberdade era nenhuma, e tentam impedir a instalação da Comissão da Verdade e Justiça, com a conivência dos aliados de sempre… QUEREM COMPARAR aqueles que perderam tudo — os entes que mais amavam, a saúde, os empregos, a liberdade e, alguns, até o país — com aqueles que massacraram e jamais responderam por isso.
Um país com impunidade gera impunidade. A história estará sempre fadada a se repetir, num país permissivo, que não exerce sua indignação, não separa o trigo do joio… TODOS OS países no mundo onde houve ditadura constituíram comissões da Verdade e Justiça. De Portugal à Espanha, passando por Chile, Grécia, Uruguai, Bolívia e Argentina, que agora abre seus arquivos daqueles tempos, o que a gente, aqui, até hoje não conseguiu fazer… QUE MEDO é esse de se revelar a Verdade? Medo de não poderem mais olhar para seus próprios filhos? Ou medo de não poderem mais se olhar no espelho?…

Sobre a importância da Filosofia

"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." (Marilena Chaui)

Sobre a Impunidade dos crimes da Ditadura Militar no Brasil



Quem desembarcasse no Brasil nos últimos dias e não soubesse nada de nossa história, certamente começaria a assimilar a idéia de que não houve ditadura. Que ela não matou, não seqüestrou, não torturou barbaramente homens, mulheres, crianças, religiosos, religiosas. Que não empalou pessoas, que não fez desaparecer seres humanos, que não cortou cabeças, que não queimou corpos. Que não cultivou o pau de arara, o choque elétrico, o afogamento, a cadeira do dragão, que não patrocinou monstros como Carlos Alberto Brilhante Ustra ou Sérgio Paranhos Fleury. O artigo é de Emiliano José.
Fico pensando no que foi o nazismo. No Tribunal de Nuremberg. Na justiça que se procurou fazer diante daquele genocídio. Julgou-se os assassinos, e ponto. Não os que a ele resistiram. E só o faço como alusão à situação brasileira.

Fico pensando na decisão argentina de abrir todos os arquivos confidenciais das Forças Armadas referentes ao período da ditadura militar, ocorrida entre 1976-1983. Essa abertura foi feita para subsidiar a apuração de violações aos direitos humanos durante aquele período.

E penso novamente no Brasil, no barulho que se está fazendo diante da possibilidade da criação da Comissão Nacional da Verdade, que já aconteceu na maioria dos países da América Latina que viveram também a tenebrosa experiência de ditaduras. Nesses países encara-se com naturalidade que criminosos, torturadores, assassinos sejam julgados, e muitos deles foram julgados, condenados e presos.

Quem desembarcasse no Brasil nos últimos dias e não soubesse nada de nossa história, certamente começaria a assimilar a idéia de que não houve ditadura. Que ela não matou, não seqüestrou, não torturou barbaramente homens, mulheres, crianças, religiosos, religiosas. Que não empalou pessoas, que não fez desaparecer seres humanos, que não cortou cabeças, que não queimou corpos. Que não cultivou o pau de arara, o choque elétrico, o afogamento, a cadeira do dragão, que não patrocinou monstros como Carlos Alberto Brilhante Ustra ou Sérgio Paranhos Fleury, este morto, o primeiro ainda exibindo sua arrogância, cinismo e ainda certeza da impunidade.

De repente, se não insistirmos na luta para afirmar a verdade da história, gente do nosso povo pode até acreditar na versão que querem passar de que houve apenas uma luta entre um regime legal e os que a ele se opunham.

É falso, mentiroso dizer que a Comissão Nacional da Verdade que se pretende implantar queira eliminar a Lei de Anistia. Ela pretende, se instalada, apurar todas as violações de direitos humanos ocorridas no âmbito da repressão política durante os 21 anos de ditadura.

É a forma de legalmente desencadear o processo histórico, político, ético,
criminal, como disse o ministro Vannuchi, de todos os episódios de tortura, assassinatos e desaparecimentos de opositores políticos registrados naquele período.

O que se sustenta, aqui e em todo o mundo democrático, é que a tortura é crime imprescritível, e que esse crime não pode permanecer impune. Não é à toa que o ex-ditador Pinochet, um assassino, foi detido em Londres e depois julgado em seu país.

Não se queira fazer acreditar que a Comissão Nacional da Verdade pretenda desmoralizar as Forças Armadas. Ao contrário. Pretende-se que quaisquer que sejam os cidadãos que tenham cometido o crime da tortura ou que tenham assassinado pessoas por razões políticas ou tenham feito com que desaparecessem sejam julgados por seus crimes de lesa-humanidade.

E julgamento é atribuição do Judiciário, com sua soberania e com os ritos próprios da democracia. Diz-se isso para que se diferencie dos mais de 20 anos da ditadura, onde não havia qualquer legalidade. Muitos dos nossos companheiros não chegaram a ser julgados: foram mortos de forma covarde, insista-se na palavra, covarde, na tortura brutal, cruel, e os registros históricos são vastíssimos. Não cabem neste artigo.

Assistam o filme Cidadão Boilensen. É interessante como registro da associação corrupta entre grupos empresariais e a Operação Bandeirante, entre o aparato repressivo e as finanças, entre a ditadura e o grande negócio. Puro banditismo, acobertado pelo silêncio imposto à época. E para compreender, também, parte, apenas parte, da impressionante crueldade desse aparato.

Não sei como se movimentará a sociedade brasileira nesse caso. Sei que mais de 10 mil cidadãos assinaram um manifesto, inclusive eu, defendendo que os envolvidos em crimes de tortura em nome do Estado brasileiro devem ser julgados e punidos pelos seus atos.

Estamos defendendo a civilização, a humanidade, a democracia. Não dá para acobertar crimes como o da tortura ou assassinatos e desaparecimentos de opositores políticos. Esta é a posição de quem não esquece o terrorismo da ditadura. A posição de quem defende intransigentemente a democracia. E que grita: ditadura, nunca mais!

*Jornalista, escritor, deputado federal (PT/BA)

01/01/2010

El último discurso de Salvador Allende


Discurso Che 2

Discurso Che

Che Guevara

Carlos Puebla - Y en eso llego Fidel

Che Guevara Tributo: "Carlos Puebla - Hasta Siempre"

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4

QUERemos DILMA

O Povo Brasileiro - por Darci Ribeiro

Cuba

13/03/2010
Assista mais: 1 - A guerra contra Cuba http://www.dailymotion.com/video/xx68d_la-guerra-contra-cuba 2 - A solidariedade internacional de cuba http://www.dailymotion.com/video/xw0j7_la-solidaridad-internacional 3 - Montanha de luz: RIMERA PARTE DEL DOCUMENTAL CUBANO SOBRE LA VIDA INTERNACIONALISTA: Conmovedores testimonios de personas humildes que en algunos casos recibieron asistencia de salud por primera vez; de los propios médicos acerca de sus experiencias en la humanitaria misión, y de sus colegas y autoridades en los diferentes países, fueron conocidos por el público mediante el material fílmico. primeira parte - http://www.dailymotion.com/video/x16bsr_1-3-monta%C3%B1a-de-luz Segunda parte - http://www.dailymotion.com/video/x16ckt_2-3-monta%C3%B1a-de-luz Terceira parte - http://www.dailymotion.com/video/x16i6c_3-3-monta%C3%B1a-de-luz 4 - Os quatro anos que estremeceram o mundo http://www.dailymotion.com/video/xs7ud_los-4-a%C3%B1os-que-estremecieron-al-mun 5 - Entre a arte e a cultura http://www.dailymotion.com/video/xsd2g_entre-el-arte-y-la-cultura 6 - SILVIO RODRIGUEZ: que levante la mano la guitarra - http://www.dailymotion.com/video/xupcb_silvio-rodriguez-que-levante-la-man_creation
13/03/2010
assistam aqui - Médicos cubanos no Haiti: a solidariedade silenciada. http://www.youtube.com/watch?v=6DikHDHXvL0&feature=player_embedded