Por Vanessa dos Reis Domingues*
A Eja assim como as demais políticas compensatórias na área da educação, demonstram a dívida social histórica com as classes menos favorecidas. Não esqueçamos que a instituição "escola" foi imposta pelos "colonizadores" aos "colonizados" pela Companhia de Jesus. Uma escola feita pelo poder da Igreja com acesso somente pelas famílias de "cabedal" (de posses). Ao verdadeiro povo brasileiro, os indios, restou a catequização...
"Que podem um trabalhador camponês ou um trabalhador urbano retirar de positivo para seu quefazer no mundo, para compreender, criticamente, a situação concreta de opressão em que se acham, através de um trabalho de alfabetização em que se lhes diz, adocicadamente, que a "asa é da ave" ou que "Eva viu a Uva"?
Reforçando o silêncio, em que seacham as massas populares dominadas pela prescrição de uma palavra veiculadora de uma ideologia da acomodação, não pode jamais um tal trabalho constituir-se como um instrumento auxiliar de transformação da realidade" (Freire)
Portanto educação de jovens e adultos assim como educação profissional, nas modalidades de Eja, Proeja, Projovem, na verdade são programas que buscam incluir parcela considerável da população que não foi atendida de forma satisfatória pela escola formal e também não foi qualificada para o mundo do trabalho pelas escolas técnicas públicas e Universidades, em sua grande maioria elitizadas. Por isto a proposta metodológica e curricular não pode ser aquela que já excluiu anteriormente... e exclui como um projeto de sociedade onde o status quo nunca seria questionado, onde o povo jamais se organizaria para transformar a sociedade...
Este é o desafio, educação de qualidade que vá além das competências para a leitura efetiva do mundo pelos educandos, oportunizando assim a transformação social.
*Professora de História e Sociologia,
Gestora da Unidade de Educação Profissional- SME de Canoas Print this post
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